terça-feira, 27 de abril de 2010

Fogo Alto

A canção que me toca é o tambor do meu ai
Sou meu sinhô, sou meu sinhô, camara
Os grilhões dessa história ainda hei de quebrar
Sou meu sinhô, sou meu sinhô, camara

Sou Jejê, sou Nagô, já me perdi no mar
Hoje sou Brasil, hoje sou Brasil, camara
O meu corpo na terra, o açoite no ar
Hoje sou Brasil, hoje sou Brasil, camara

Sou filho do deserto onde há terra e há luz
De navio vim e sem céu me vou, camara
Fiz do sangue o meu vinho e do tronco a cruz
De navio vim e sem céu me vou, camara

Derramaram meu sangue em nosso país
Nos quilombos fiz do meu grito canção
E vem Dona Izabel falar de libertação.
Fui jogado na terra sem dinheiro, sem lar
Com meus cinco filhos pra alimentar
Libertação, libertação, camara
Me desculpe senhor não é pra me queixar
Há sempre na vida algo pra se alegrar:
Capoeira, roda de samba ai ai ai

E hoje em dia se volto pra casa cansado
Na noite escura um branco do lado
Foge de mim como se eu fosse infrator
Isso eu não sou,isso eu não sou, camara
E olha que beleza, até depois de Mandela
É de muito negro que se faz a favela
E sem céu me vou: sem céu me vou, camara



O texto acima é uma letra cuja a música pretendo ainda providenciar nesse post. Não é uma obra-prima da composição mas continua sendo um olhar entre tantos outros sobre a situação dos negros no Brasil e por isso achei interessante compartilhar aqui.
Um grande abraço a todos!

2 comentários:

  1. Demaaais cara!
    O poema é realmente muito bom!
    To ansioso pra ver como vai ficar com a música ^^
    abraço

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