Aconteceu um dia desses: na beira do lago, o céu tingiu de rosa o firmamento. Foi um espetáculo rotineiro, como são rotineiros os acontecimentos mais relevantes. Achei que o mundo passava pra mim uma alegria que era meio laranja e tinha cheiro de lago, ou cheiro de vida não sei. A certeza que em mim habitava era a de sentir amor, que é o mesmo de sentir vida, mas em termos valorativos.
Carinhosamente o céu foi me lembrando que não, o que havia de fato era o reverso do haver antes pensado. Era eu quem jogava no mundo um cheiro de lago - ou de amor, ou de vida - que uma moça verdemente plantou em mim. E aí passei a acreditar em sereias...
É...o amor tem dessas coisas. Não posso nada contra isso.
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