sexta-feira, 28 de maio de 2010

O amor e as retas

Temos sido duas retas paralelas: espero que cruzemo-nos no verde infinito dos teus olhos. Mas acontece que sou um romântico pós-moderno e a mim viver implica em atritos, quem sabe sermos tortos às vezes! Porque aí o amor não é belo por ser casto e perfeito, mas sim por resistir. Na geometria que traço podemos ser então um encontro diagonal qualquer que nem vê beleza no ranço brega da harmonia, somente no contato. Ou então podemos abolir o nós dois e engendrar somente o nós, único, ao mesmo tempo eu e você. Mas é meio triste essa história de retas coincidentes, eu gosto é de ti, não de mim.

Façamos então o seguinte! Esqueça essa história de geometria, o certo mesmo é que não somos nada. Questionemos até a necessidade de vir a ser amor, a vontade de explicar, a vontade de dizer. Deixarei aqui somente o que não posso escolher. O que sinto quando te vejo sorrir, quando te abraço bem forte, quando procuro ainda mais de ti no fundo dos teus olhos lindos: me afogar de vez no sentir.

Pode ser que eu queira tornar-me qualquer coisa que tenha você.

Um comentário: