sexta-feira, 7 de maio de 2010

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Diga a Maria que lhe sou todo indiferença. Diga também que pouco me importam agora aquelas nossas brincadeiras. Não vejo beleza no azul do céu nem procuro mais folha de alface nos sorrisos pra achar graça depois. Não me aborreço procurando as chaves antes de sair. Acho que procurar é o sentido da vida. Diga a ela que ser poesia é prescrever o amanhecer do dia num brilho intenso de amor. Tranquilize-a, não mais irei me irritar com injustiças e bater forte na mesa em conversas de bar.

Não use jargões sobre a efemeridade do eterno, a verdade é que não a amo mais. Diga a ela que deve ouvir Hamilton de Holanda. Que não se esqueça de descer com o lixo nem de dar comida ao cachorro; Apague aquela besteira que eu disse lá atrás sobre ser poesia. Ah! Não fique de rodeios: avise a Maria que morri. E antes que eu me lembre de algo mais vá-se embora, vá logo, Saudade...

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