Ah, Brasília...
Tanto me pistas, que começo a carrear
quinta-feira, 30 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
A meu amigo João
As certezas não cabem neste mundo, pois o transitarmos no ser depende basicamente de fé. A crença de que amanhã o sol nascerá de novo, de que a moeda cairá no chão se eu jogá-la.
Acontece que há vinte anos nascia um alguém. E as coisas - idiotas que são - seguiram em sua tacanha indiferença a tudo. O sol não fez questão de brilhar mais, os carros não pararam, os postes de luz iluminaram a noite da mesma forma de sempre. Mas para o nascente indivíduo o mundo era uma grande novidade e tudo era singelamente profundo.
Foi de forma displicente que o tempo uniu a mim e à criança que em vinte anos idos chorava na maca de um hospital. Erámos grande novidade um ao outro e a novidade é intrinsecamente incerta. Algumas delas acabam se mostrando um evento pontual e podem nunca mais ocorrer, outras podem se repetir indefinidamente até conquistarem a fé e virarem certezas.
E seguiu a vida, esta dança de imprevistos. Eu, moeda que sou, várias vezes caí ao chão, por esta crença a que chamamos gravidade. Eis que tão certo quanto cair era ver João me levantar. Na primeira vez foi uma grande novidade, mas se repetiu, repetiu, repetiu e virou certeza. Pode ser, meu amigo, que o monte Everest - para citar um exemplo pequeno - não dê a mínima para sua existência. Peço logo que perdoe a ignorância desse monte de pedras: tenho mais fé em sua grandeza que na dele.
domingo, 5 de junho de 2011
O ventilador
Eu rompi relações com o ventilador. Mesmo quando desligado, o infeliz é de uma frieza paralizante. Não há muito o que explicar, não há um dizer que soe poético. A tudo que dói, ou a tudo que a alegria preenche, o desgraçado abençoa com ventos de indiferença. Filho da puta. Ser é muito mais complexo do que girar hélices ou acumular poeira e ignorar é um bom modo de seguir em frente, não de transformar. Eletrodoméstico patético...pense nas coisas que te disse.
(este texto não gosta do ventilador)
A revista
Eu queria simplesmente que você fosse eu e entendesse a plenitude do que é virar as páginas daquela revista. A cada foto, a cada linha, a materialização do que é sentir-se em paz por estar de alguma forma no outro. Sou péssimo em manifestar sutilezas. A sensação de não ter dito a você o quanto o seu existir me encanta dói e a dor se mistura com os medos e conflitos que sufocam o grito do querer bem. Àqueles que ignoram a arte da leveza, só resta o dizer panfletário. Em matéria de poesia ainda tenho muito a aprender com a revista...
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