Aconteceu há uns dias: eu andava tranquilamente, ali pelas quadras do Plano, quando um vazio começou a me acompanhar. Eu entrava numa loja ele vinha junto, ia comigo ao cinema, ao parque, lia comigo o jornal. O vazio é uma dessas figuras carentes que quando agarram o sujeito não o largam em momento algum. De início me incomodava essa relação sufocante, mas com o tempo passei a ser indiferente, consequência óbvia para quem vive acompanhado deste tipo de coisa. Digo coisa porque não sei exatamente como chamá-lo, não é bem um sentimento, antes seria o não-sentimento, ou a não-companhia, enfim, o não-ser.
Desde o momento em que o infeliz acaso me revelou o encontro com o vazio, só sei falar dele. Quando deu-se tal infortúnio? Não sei ao certo; imagino que ele me apareceu justamente quando perdi um amor. Pode ser isso...acho que vou chamar esse vazio de saudade.
lindo lindo lindo lindo... feito você!
ResponderExcluirtambém carrego um vazio, que fala de ti.