domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Viagem

Qualquer dia pegaremos um trem e rumaremos - malas prontas ou não - ao infinito desse mundo. Eu e você, como manda a estrada. Será uma viagem permeada de conflitos: atravessando de ônibus o Panamá ouvirei de ti, diversas vezes talvez, que embarcar acompanhado por caminhos tortos ameniza o grito seco da vida e que esta precisa ser encarada de frente. Nessas horas, derrotado, deixarei que você sente ao lado da janela. Talvez veja que não se esconde nas coisas a urgência e que a vida não gosta de gritos secos, mas de murmurios indecifráveis.

Nos amaremos em uma praia de Cuba, enquanto as ondas do mar sussurram o segredo da eternidade. Em nós, o grito sufocado da infinitude, a vontade do outro que transcende a limitada condição humana; na praia, o silêncio de quem sabe tudo. É em silêncio que comeremos tacos pelas ruas do México. E terão gosto de paz...

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