sábado, 2 de outubro de 2010

Um pouco sobre política

Engraçado existirem tão poucos posts sobre política por aqui. Aproveito a véspera das eleições para citar algo interessante que tenho observado na grande mídia e em algumas pessoas com quem convivo.

Sempre houve por parte do brasileiro que se considera acima de uma pretensa média cognitiva a reprodução do seguinte discurso: o problema do Brasil é a personificação do candidato. Obviamente essa idéia vigorava aqui como o racismo: existe, mas ninguém pratica. Enfim, poderíamos dizer que a "elite" brasileira acreditava escapar desse fenômeno predominantemente latino-americano que tira a atenção devida às reais propostas de cada partido, ou seja, da equipe que realmente irá influenciar o comportamento dos políticos eleitos.

Nos deparamos agora com o quadro de nossas eleições, cujos três principais partidos são: o PT, partido de um líder com índice mítico de aprovação; o PSDB, partido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; e o PV, que embora tenha uma candidata bastante afinada com causas sociais trás a base de sua campanha fortemente ligada a grandes empresários e pretende firmar alianças com partidos como o Democratas e o próprio PSDB. A grande mídia, cujos maiores expoentes têm agido nos últimos meses como acessores de José Serra, têm insistido em um argumento absolutamente pobre e alienante para invalidar a candidatura de sua principal opositora e atual favorita à ocupação do Executivo: Dilma Rousseff é despreparada para assumir a Presidência pois nunca ocupou um cargo eletivo.

Interessante notar que os eleitores que abraçam essa idéia são, normalmente, os de classe média e média/alta, animados pelo discurso midiático. Esses grupos que meses atrás questionavam o caráter personalista da política brasileira. A estes, conto um segredo: nenhum presidente - por mais carismático ou intelectual que fosse - governou o país do jeito que queria. Eu sei que dói, mas sempre fomos governados por equipes partidárias que definem as escolhas ministeriais e os principais acessores. É claro que um carisma como o de Lula gera impactos tremendos, mas não muda o fato de que ele precisa da base política que é fornecida pelas alianças de seu partido com o Congresso.

Será que tem alguma importância a Dilma ser ou não "fabricada" pelo PT se o atual governo apresenta propostas coerentes? Talvez seja pior um partido dar as cartas escondido atrás de um líder carismático.
Mas eu também gosto da Marina, gente...prometo!

2 comentários:

  1. É chegada a hora, meu querido.
    Ainda quero muito de ajudar a turma do Lulu, mas tenho medo...

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  2. você precisa de alguém que te dê segurança
    = D

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