quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A cientista

Ela me disse que nem se eu quisesse muito poderia dar-lhe a Lua. Disse que a Lua era um astro bem maior que a minha rua e que girava em torno da Terra por uma força maior que a de todos os homens. De tudo que ela disse só aproveitei a palavra astro, que achei danada de bonita. Depois ela falou que eu não podia lhe dar meu coração! No mundo dela, coração é uma coisa que bombeia sangue e isto faz o corpo da gente funcionar. Disso aí achei tudo muito poético e pensei mesmo que devia dar o sangue, pro coração ainda bater, seco, por ela. Daí, a mocinha desandou a falar de pensamentos atravessados:

Disse que o amor é uma construção social, que nem era o coração quem amava, mas ligações nervosas do cérebro e que aprendeu tudo isso com a ciência e a filosofia. E eu pensei que essas coisas não ensinam mesmo é nada: elas nem sabem amar

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