Diga a Maria que os ventos da primavera vêm trazer sua chuva. Ou melhor, esqueça, ela já deve ter percebido. Diga apenas que quando o céu derramar suas lágrimas ambos sentiremos frio e que faz pouco sentido escondermo-nos em guarda-chuvas separados. Diga que meu violão anda meloso a cantar certo amor por ela.
Diga que os seus olhos dariam um livro: resignificaram a distância e ainda hoje existem em mim, apesar de ausentes. Penso que devíamos avisá-la que os amores acabam e seu maior assassino é o silêncio da indiferença...mas não gosto de mentiras: ambos sabemos a força do eterno. Peça apenas que ela apareça um pouco, que traga o cachorro - ou o gato, não sei - para brincar conosco. E mostre, discretamente, por ser ela arisca, que quero apenas aquecer corações no aconchego da paz.
Entregue essa carta sem pressa, pois é a urgência o vício da vida: e não se esqueça, leve um guarda-chuva, Solidão...
Achei sensacional....bárbaro...lindo....tia Luciana.
ResponderExcluirQuerido,
ResponderExcluirfoi só eu ouvir "Tanto", do Skank, que lembrei de vc e vim correndo ler o blog. = )
Concordo que a urgência seja o vício (ruim) da vida.
ruim.. apesar de que a amizade, por exemplo, é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
É. Conversas sob árvores na UnB deixam tudo mais claro, eu acho.
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