sábado, 3 de julho de 2010

A uma conversa na beira do cais

Eu gosto é de olhar o mundo por cima: e por baixo, de frente, dos lados. Sentir a consistência, morder, cuspir e botar na boca de novo. E não falo só desse mundo concreto, areia, sal, pedra, sol, universo: falo do infinito inteiro que a gente carrega em matutar. E é com isso que eu brinco mesmo, de sorrir, chorar, de ter agonia, de faltar palavra e responder com reticência...

De primeira, pensei que eu devia ser doido. Tanta coisa ruim nessa vida e eu ia só ficar olhando? E aí encarei bem essa história de ser ruim: olhei por cima, de lado, cuspi e peguei de volta. Achei que esse negócio é tudo inventado. Como: é inventada. regra de português - Como sou inventado inteiro e por consequência o que em mim é bom, o que em mim é tosco, o que em ti sou nós. Eu devo ser mesmo menino bobo: pra mim o mundo é massinha de modelar. E quando eu enjôo transformo o que é passado no vir a ser saudade de ontem e sempre misturando as cores que é pra ver se aparece uma nova que a professora não ensinou.

Eu já enjoei de gente passando fome, de quem não ouviu violão, de quem nunca sentiu saudade, de quem só soube foi viver dela e tudo isso ainda estou remodelando: bicho homem nasceu mesmo é pra ser deus.

Um comentário:

  1. Quando vejo estes textos brilhantes me pergunto:
    Cadê as novas letras do Veneza em Apuros!!!!
    Avante Veneza !!!

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