Eu quis ver aquela árvore de manhã. Talvez o Sol nascesse lento e o mundo cantasse um sabiá que voaria entre as flores. Voaria sonhos, amores, promessas, pessoas, sorrisos, anseios: posaria de vez na flor rosada da aurora.
Prescreveria o dia, que se vê concreto no amor das árvores - essas sim sabem aproveitar a vida, abraçando o infinito e lançando flores aos céus, enquanto passa o viver apressado de quem não sabe ser paz. Viria o crepúsculo.
E enfim a lua: estendendo ao mundo seu manto de noite na fluidez eterna de quem recusa flores. E a vê-la entrecortada por galhos, nós dois - sua mão em minha e eu a dizer-te: não fuja meu bem, pois há beleza no canto da noite que sonha em amar.
Mais belo ainda é ter a certeza, ao crepúsculo, da aurora do dia seguinte. Não a certeza da mesma árvore, sabiá ou amor. Mas a certeza de estar pronto pra viver a aurora, o resto é consequência.
ResponderExcluirbelas entradas.